Princesa Maria Gabriela de Saboia escolheu São Miguel para festejar o Seu aniversário e mostra-se encantada com os Açores
A Princesa Maria Gabriela de Saboia aproveitou o período de Carnaval para passar umas miniférias em São Miguel e festejar o aniversário na Ilha, transformando o que sempre foi um sonho em realidade.
“Apanhei um avião em Genebra, fiz escala em Lisboa, e apanhei um outro avião para Ponta Delgada. Foi fantástico”, garantiu a princesa, que confessou que visitar os Açores sempre fora um desejo de longa data, que só agora se concretizou. “Conheço a Madeira e uma boa parte de Portugal de Norte a Sul, até porque vivi neste país de 1946 a 1957. Visitar os Açores era um sonho que tinha. E como fazia anos hoje [segunda-feira de Carnaval] decidi que era uma boa oportunidade. São poucos dias, mas fiquei com uma ideia de como são os Açores. Gostei muito do que vi e visitei muitas igrejas que me encantaram. A ilha é muito bonita”, disse.
Mas o que mais agradou Maria Gabriela de Saboia foi a hospitalidade dos naturais da Ilha. “São pessoas fantásticas”, admitiu, garantindo que encontrou S. Miguel com um grau de desenvolvimento muito superior ao que imaginava: “Ponta Delgada é uma cidade muito desenvolvida, foi uma boa surpresa”.
Nascida em 1940, filha de Humberto II, último rei de Itália, e de Maria José da Bélgica, cuja avó era Maria José de Bragança, faz questão de referir: “temos sangue português”.
A Princesa conhece bem a língua de Camões, ainda que tal não se deva à ascendência portuguesa. Com a queda da monarquia em Itália, a família foi exilada em Portugal, e fixou-se em Cascais, destino comum de muitas outras famílias reais. O regresso a Itália só aconteceu mais de uma década após a Segunda Guerra Mundial, mas foi na Suíça que a família se instalou permanentemente e onde a princesa vive ainda hoje. Atualmente, dirige uma Fundação da sua autoria e à qual atribuiu o nome do Pai, com o consentimento da família. O objetivo primordial da Fundação é o de preservar a história e o legado da Casa de Saboia.
Maria Gabriela de Saboia sublinha que continua a frequentar o país Natal, principalmente Torino, cidade onde faz “várias exposições”.
Nesta curta estada, a bisneta de Maria José de Bragança, acompanhada de José de Mello, José Tomás de Mello Breyner e de Augusto Athayde (Conde de Albuquerque), foi recebida em audiência de cumprimentos pelo Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro. Pela tarde, no Palácio José de Canto, plantou simbolicamente um freixo, uma espécie de árvore característica do Arquipélago dos Açores. Maria Gabriela de Saboia defende a União Europeia como sendo “uma boa ideia para unir os países do Norte e do Sul” e comentou a saída do Reino Unido da União Europeia: “o governo britânico não manifestou nenhum interesse em ficar, mas os outros países só têm a ganhar, unidos. A família da minha mãe é belga [filha do Rei Alberto] e lá dizem que «A união faz a força». É assim que vejo a União Europeia”, remata.
Com várias alterações no mapa político europeu, a monarquia continua a ter o seu espaço, conforme defende Maria Gabriela de Saboia. Para a Princesa, a forma de governo em causa “funciona bem nos países do Norte da Europa, porque é representativa e não tem poderes, mas em países com dificuldades a monarquia é muito discutível”, conclui.