Persistente, empreendedor, lutador e um apaixonado pela moda e pela figura feminina. Para Pedro Crispim, o stylist das estrelas, a roupa e os acessórios não têm segredos! Nascido no Alentejo mas criado em Lisboa, conta com vinte anos de carreira e um nome que é reconhecido tanto pelas grandes marcas como pelas maiores figuras nacionais.
Ao longo dos anos, Pedro Crispim trabalhou como vendedor em lojas de roupa, fez styling, foi produtor de moda, fashion adviser, personnal shopper, faz trabalhos como vitrinista e visual merchandiser. Também tem uma revista online e dá aulas aos jovens que queiram deixar a sua marca pessoal na moda portuguesa, que cada vez mais se abre ao mundo e deixa o conservadorismo de lado.
A história de Pedro Crispim iniciou-se em pleno Alentejo: “Nasci em Évora, a 21 de Novembro de 1978, e sou o filho do meio da família. Ainda em criança, por questões profissionais, os meus pais mudaram-se em Lisboa e aqui cresci”, conta Pedro Crispim sobre a família e sobre as suas raízes alentejanas, terra que o viu nascer este orgulhoso escorpião há 41 anos.
Em Lisboa, onde cresceu com os dois irmãos, encontrou a paixão pela moda e hoje é considerado uma das figuras mais influentes da área em Portugal, especialmente quando falamos sobre consultoria de imagem.
Formado em Design de Equipamento na Faculdade de Belas Artes, Pedro Crispim estreou-se como manequim em 1997 e desfilou em alguns dos mais importantes eventos de moda nacionais, como é o caso do Fil Moda, Manobras de Maio, Modalisboa ou Portugal Fashion.
“Sempre senti que este seria o meu caminho, mesmo quando na minha cabeça não existia uma função definida, eu sabia que a minha vida profissional teria a ver com moda, com beleza e comunicação. Senti a resistência de um manequim que deseja fazer styling, sair da passerelle para fazer parte dos bastidores, e depois disso senti resistência da indústria me levar a sério depois de fazer televisão, e o curioso é que hoje em dia, quase toda a gente deseja fazer televisão, inclusive pessoas que não viam com bons olhos a popularidade que o pequeno ecrã trazia”, diz. Pedro Crispim começou a trabalhar de uma forma muito instintiva, ao conjugar os outfits certos para cada ocasião e consoante a personalidade da pessoa que os vai usar.
“Foi algo natural, apaixonei-me pelo processo criativo, queria fazer parte do mesmo, e as coisas foram acontecendo, e pareceu-me o certo, procurei formação e depois fui atrás e bater às portas! Claro que nessa altura queria mais, e decidi ir além do papel limitado em que me encontrava como manequim”, relembra Pedro Crispim sobre a passagem das passarelas para os bastidores dos grandes desfiles.
O ‘salto’ para o papel de stylist deu-se com a naturalidade de quem conhece bem o meio e depois de ter trabalhado alguns anos como freelancer abriu em 2011 o Atelier Styling Project com a Makeup Artist Sandra Almeida.
Pedro Crispim já trabalhou com algumas das maiores marcas, tanto nacionais como internacionais, e o seu nome está longe de ser desconhecido para os nomes mais sonantes da indústria artística portuguesa, como é o caso de Débora Monteiro ou Maria Botelho Moniz. Falando sobre quais são as mulheres que se vestem melhor, o antigo modelo, que também já lançou sapatos e livros, tem resposta pronta
“Raquel Prates, Sofia Carvalho, Maria José Galvão e Yolanda Noivo são para mim as mulheres que se vestem melhor em Portugal. Depois temos aquelas figuras que se apresentam como personagens que na realidade são a criação do agente, stylist, etc. Não lhes vejo grande genuidade”, diz Pedro Crispim.
Este considera que a geração mais nova (que cada vez mais se preocupa com a moda) está a tornar-se pouco genuína e desinteressante devido a imitação que faz de figuras internacionais, como é o caso de Kylie Jenner. “Uma imitação nunca terá a qualidade de um original”, ressalva. Às mulheres portuguesas, Pedro Crispim aconselha a que se divirtam, gostem de si próprias e não se levem demasiado a sério, especialmente na vida.
“Divirtam-se mais com a moda, não se levem tão a sério, sorriam mais e usem o vosso lado feminino como uma vantagem, como um dom e não passem tanto tempo a tentar camuflar a vossa essência. Sejam felizes com a vossa imagem , façam as pazes com o vosso corpo, e aceitem a vossa beleza, pois será sempre única e especial”, aconselha o especialista e estudioso em imagem.
Pedro Crispim estreou-se em televisão em 2005, no programa Esquadrão G. Desde então fez parte do 6 Teen, Queridas Manhãs, Você na TV, Boa Tarde, Passadeira Vermelha, e após a sua rubrica de moda no programa Faz Sentido da Sic Mulher podemos vê-lo no programa “Você na TV” no seu espaço da TVI, Guru da Moda.
Homem de amor e de amores, o alentejano confessa-se como um homem de paixões e admite que já penso em casamento e em ter filhos. Dois desejos que ainda pretende ver cumpridos. Mas antes de iniciar uma família é necessário encontrar a pessoa certa. A forma como os outros são tratados é para si o ‘espelho’ da personalidade.
“Antes de mais analiso a forma como a pessoa trata os outros, penso que esse será um reflexo directo da pessoa que é, e da sua base. Outras características são o sentido de humor, o olhar seguro, a solidez, a tranquilidade, o espírito aventureiro, a generosidade e humildade como bases para a vida!”, diz Pedro Crispim.
O trabalho no mundo na moda fez com que viajasse bastante e a cada uma das viagens que faz deixa-se inspirar pela cultura e pelo estilo que encontra em cada um dos países e cidades que visita.
“Dos locais que já visitei destaco o Japão, França, Espanha, Grécia, Inglaterra, América ou a Itália. Em todos estes locais tirei o que de melhor havia para acrescentar a bagagem da vida. Também destaco a liberdade dos Londrinos, a irreverência dos Japoneses mais jovens, e a elegância e sofisticação blaze dos Parisienses”, diz o stylist sobre os locais que já visitou e que mais o inspiraram para continuar a criar e inovar.
Mas tal como todos os viajantes, por mais que se conheça o mundo não há alegria maior do que voltar a ‘casa’ e ser-se brindado pela reconfortante luz de Portugal. Sobre o cada vez maior protagonismo que o país está a ter, Pedro Crispim, que declara-se um português orgulhoso, acredita que este: “foi algo súbdito, já que o normal teria sido que esta exposição fosse mais gradual ao longo dos anos, mas acredito que com esta atenção surjam oportunidades a todos os níveis. Só temos que estar preparados para conseguir gerir tudo da melhor forma”.
Ler é um dos seus grandes prazeres, quer sejam livros (Descomplica, de Cristina Castro Fernandes, é o livro que repousa na sua mesa de cabeceira) ou imprensa escrita. Sobre os problemas que a imprensa escrita está a enfrentar e a cada vez mais importância do online, o antigo manequim acredita que há espaço para todos.
“Não acredito que os jornais e revistas em papel possam acabar. Entre nós, devo admitir que adoro o toque e o cheiro do papel, é algo que me traz memórias reconfortantes e até me provoca uma sensação de aconchego curiosa. Acredito que exista espaço para tudo”, esta é a opinião de Pedro Crispim sobre o futuro dos jornais e das revistas. Aliás, ele próprio é o responsável pela revista online Styling Project Magazine.
Com o fim do ano a chegar é normal que se faça um balanço e se pense no futuro, algo que encara com cada vez mais experiência e sabedoria.
“Com 40 anos tenho em mim uma noção diferente do tempo e do espaço, o que também levou a uma alteração das minhas prioridades. Neste momento quero continuar neste meu caminho, tanto na indústria da moda como na comunicação, aliás quando penso nisso sempre utilizei a moda como uma forma de chegar as pessoas e comunicar quem sou e o que penso do mundo”. Pedro Crispim pensa, antes dos 50, voltar as raízes e ao Alentejo, onde tem a família. Este é um sonho que tem mas até lá vai continuar a distinguir-se na moda nacional