Depois dos quatro desfiles em Lisboa (Pedro Pedro, Alexandra Moura, Alves/Gonçalves e TM Collection), o 40.º Portugal Fashion prosseguiu no Porto, com as propostas dos jovens designers do projeto Bloom, no Palácio dos CTT. No 3º dia, o ambiente austero do Centro Português de Fotografia serviu de cenário ao desfile de Katty Xiomara. Seguindo-se nesse dia e no dia subsequente, os desfiles de outros nomes consagrados da moda portuguesa, como Anabela Baldaque, Alexandra Moura, Carlos Gil, Diogo Miranda, Luís Buchinho, Luís Onofre, Miguel Vieira e Nuno Baltazar.
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Nestes quatro dias do 40.º Portugal Fashion (22 a 25 de março), foram programados 31 desfiles de moda.
«O Portugal Fashion está a dar novos passos no seu trajeto de sucesso. À semelhança do que acontece noutros grandes eventos de moda internacionais, há a necessidade de apoiar eventos paralelos ao calendário oficial para promover criadores e marcas que, por razões diversas, não podem figurar no programa de desfiles. É o que acontece, nesta edição, com os Storytailors e com Júlio Torcato, cujas novas coleções são apresentadas em eventos apoiados pelo Portugal Fashion», explicou o presidente da ANJE, Adelino Costa Matos.
O Porto foi a última etapa de um ciclo de apresentações das coleções Outono-Inverno 2017-18, que passou por Nova Iorque, Londres, Paris, Milão e Lisboa. Para o recém-eleito presidente da Direção Nacional da ANJE, entidade organizadora do evento, «é de facto um privilégio poder assistir ao 40.º Portugal Fashion, depois da qualidade dos nossos criadores e marcas ter sido, uma vez mais, amplamente reconhecida nos principais circuitos da moda mundial, como Nova Iorque, Londres, Paris e Milão.
O público especializado e não especializado nacional poderá constatar, nesta edição, o momento particularmente vibrante da moda portuguesa, assistindo a desfiles que juntam criações de autor, linhas comerciais, propostas de jovens designers e coleções de calçado. Trata-se de um programa de desfiles diversificado, equilibrado e atrativo e que por isso dignifica os 20 anos de história do Portugal Fashion», conclui Adelino Costa Matos.
Anabela Baldaque desenhou esta coleção em todo o imaginário entre o Nepal e a Índia. Foramo condessas boho, de mãos dadas com um forte registo pop com silhuetas de volumes e camadas, jogadas em contrastes de texturas, sobretudo. Por vezes, apenas através da cor.
Já Luís Onofre Entre a solidez românica das abóbadas medievais e a liberdade progressiva do punk dos anos 70, houve uma inesperada unidade artística onde todos os excessos se uniram. No próximo inverno, os sapatos femininos de Luís Onofre relembram a monumentalidade das catedrais e os masculinos inspiram-se na ousadia do rock.
Carlos Gil propôs uma imagem jovem e contemporânea. Um look com atitude, que combinou elementos de inspiração retro e naïf, em peças elegantes e distintas.
Com inspiração no mundo das crianças, Carlos Gil reproduziu estampados com motivos infantis depurados e aplicações acrílicas que se misturaram com padrões geométricos. O mesmo padrão ocorreu em diferentes escalas e as texturas surgiram tom sobre tom, criando uma nova noção de proporção e movimento. As sobreposições revelaram-se camada a camada, sobrepondo texturas, tons e transparências.
A coleção de Luís Buchinho foi inspirada no litoral português, e captou o ambiente marítimo da costa portuguesa.
As falésias, as rochas, a areia, os pescadores e todos os aspetos envolvidos no ambiente e na paisagem, são retratados em vários momentos, numa linha marcadamente urbana com peças intemporais, resistentes à intempérie e à passagem do tempo.
Silhuetas longas, em look total construído com camadas, sugerindo saias e calças sobrepostas, retrataram a fusão do masculino vs feminino. Estampados de seda com motivos de pedras e argila, tecidos elásticos com elementos gráficos retirados dos barcos de pesca, lanifícios com tratamento leather, rendas e redes revestidas com foil, e gabardines de algodão e nylon assumiram um papel importante para traduzir o ambiente náutico.
O esquema de cores, neutro e sóbrio, foram de preto, argila, azul-marinho e antracite, para um flash de vermelho e branco.
Por fim Miguel Vieira deixou-nos uma questão – As roupas que usamos são o reflexo de nós mesmos ou o reflexo de como os outros nos vêm nelas?
Apontando que nos vestimos influenciados por emoções e transmitimos perceções visuais, como num jogo de espelhos em que se define o que é visto e como é visto.
As roupas em tons de cinza escuro; cinza claro; preto; azul marinho; vermelho; branco marshmellow. As silhuetas para Homem foram fatos slim estruturados e tailored made; sobretudos casual; calças de corte vincado. Para Mulher, silhuetas slim; volumes contrastantes; maxi e mini sizes; peças estruturadas, algumas delas oversized.
Para surpresa de todos, uma agradável e simpática presença surgiu no ultimo dia para espanto geral: O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, que assistiu ao Portugal Fashion na primeira fila.
O Portugal Fashion, A ANJE e toda a sua equipa estão uma vez mais de parabéns com um especial agradecimento ao novo Presidente da ANJE Adelino Costa Matos, ao Rafael Alves Rocha, à Mónica Neto e ao André Costa.
Rodolfo Pulido dos Reis